: Mercúrio em Sedimento de alguns rios da Bacia do Alto Paraguai

AUTORES: ANTUNES, K.C.P. (UFMT) ; CASTRO E SILVA, E. (UFMT) ; DA SILVA, J.D. (UFMT) ; FREITAS, R.M. (UFMT) ; GUESDES, S.F. (UFMT) ; MAGALHÃES, A. (UFMT) ; SILVA, D. D. (UFMT)

RESUMO: O objetivo deste estudo é analisar o nível de contaminação de Mercúrio nos sedimentos de alguns rios da Bacia do Alto Paraguai, numa tentativa de avaliar as condições atuais de impacto desse ambiente. As amostras foram coletadas sob lâminas d'água de profundidade variável, utilizando-se de um coletor de Eckman. As amostras foram digeridas via adição de água régia (Gonçalves & Paiva, 1995), para posterior leitura no espectrofotômetro de absorção atômica. A maior concentração de Hg encontrada neste estudo é de 365,1 ug/kg no rio Bento Gomes e a menor concentração foi no rio Paraguai (Porto Murtinho) com 4,9 ug/kg.

PALAVRAS CHAVES: sedimento, mercúrio, pantanal.

INTRODUÇÃO: Nas ultimas décadas o Pantanal tem sofrido cada vez mais os efeitos da pressão de desenvolvimento tradicional, com conseqüente alteração no padrão biogeoquímico nos corpos d’águas (PELD, 2004). Os sedimentos têm sido considerados como um compartimento de acumulação de espécies poluentes a partir da coluna d’água, devido às altas capacidades de sorção e acumulação associadas (FÖSTNER & WITTMANN, 1981). Este trabalho teve como objetivo avaliar o nível de contaminação de Mercúrio (Hg) nos sedimentos de fundo em alguns rios da Bacia do Alto Paraguai, sendo estes: Sepotuba; Bento Gomes; Cuiabá, no estado de Mato Grosso e rio Negro, Salobra e Paraguai no estado de Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de sedimento foram coletadas sob lâminas d'água, de profundidade variável, utilizando um coletor de Eckman, logo após, armazenadas em sacos plásticos, transportadas em caixas térmicas resfriadas até o laboratório de metais pesados da UFMT onde foram congeladas até o momento das análises. Para determinação de Mercúrio (Hg) foi utilizado 2,0g da amostra em duplicatas. As amostras foram digeridas conforme metodologia descrita por Gonçalves & Paiva (1995). Adiconou-se 7 mL de água régia (uma alíquota de 5,0 mL de HCl (CONC) e 2,0 mL HNO3 (CONC)). Aos tubos de ensaios com as alíquotas foram colocados dedos frios para evitar a evaporação excessiva durante o aquecimento. A mistura foi aquecida em bloco digestor a ±70°C por 30 min e depois a ±110ºC por 01h30min. Esfriou-se à temperatura ambiente e adicionou-se 23mL de água deionizada. Em seguida procedeu-se às leituras do teor de mercúrio por espectrofotometria de absorção atômica, com o gerador de vapor frio acoplado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a legislação dos Estados Unidos o nível de Hg de 696 ug/kg é considerado o limite a partir do qual ocorrem efeitos biológicos adversos na comunidade aquática. (EPA, 2003). Conforme na tabela 1, nenhum rio apresentou concentração superior à legislação estabelecida pelos Estados Unidos, sendo que a maior concentração de Hg em sedimento foi no rio Bento Gomes com 365,1 ug/kg e a menor foi no rio Paraguai - Ponto Murtinho com 4,9 ug/kg.



CONCLUSÕES: Embora, os resultados tenham apresentados inferiores ao limite estabelecido pelos Estados Unidos. Não dá para dizer ao certo se tais concentrações são prejudiciais ao ecossistema aquático, uma vez que no Brasil não existe nenhuma legislação, para o nível de contaminação de Mercúrio em sedimentos. Cabe frisar que o rio Bento Gomes em Mato Grosso o qual apresentou maior concentração de Hg em sedimentos, localiza-se numa área próxima a garimpo, e que esta interferência antrópica deve contribuir de uma certa forma para a poluição do ecossistema aquático.

AGRADECIMENTOS: A CNPq pela bolsa concedida a Keila Cristina Pinheiro Antunes e a Sumaya Ferreira Guedes .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ENVIRONMENTL PROTECTION AGENCY – EPA. National Sediment Quality Survey. Appendix D. Screening Values for Chemicals Evaluated. 2003. FÖSTNER, U.G.; WITTMANN, G.T.W.; Metal Pollution in the Aquatic Environmental, Springer-Verlag: Berlin, 1981. p.486.
PELD – Programa de Pesquisas Ecológicas de Longas Duração. Relatório do Sítio, 2004. p. 4.
GONÇALVES, G.O and PAIVA, E. C.1995. Otimização da Metodologia para Determinação de Mercúrio Total em Rochas, Solos e Sedimentos. Depto de Química. CETEM/CNPq. Rio de Janeiro, Brazil.



Postado por Keila Cristina Pinheiro Antunes